O passeio ao Colca Canyon foi no melhor estilo turista!
Contratei uma agência de viagem que atende no hostel onde me hospedei.
A van partiu às 3 horas da madrugada pontualmente e a distância a percorrer é grande. É preciso chegar bem cedo para ver o vôo dos Condores dos Andes, que sobrevoam a região de Cruz del Condor por volta das 7 horas da manhã.
Saímos de menos de 3 mil metros de altitude e fomos para 5 mil metros. Como estávamos no Peru havia algum tempo, não sentimos mais os desagradáveis efeitos da altitude - exceto pelo aumento da dificuldade respiratória. Mas alguns turistas companheiros de passeio não tiveram a mesma sorte. Infelizmente muitos passaram mal e até tivemos que parar algumas vezes para que pudessem, digamos, "eliminar o café da manhã"...
Quando o dia clareou paramos numa pequena cidade chamada Chivay para tomar um providencial chá de coca bem quente e comer algo.
Fazia muito frio e nesse dia esqueci da meia térmica e a meia normal não deu conta.
O Canyon del Colca é um dos cânions mais profundos do mundo, com desfiladeiros de mais de 3 mil metros. Para ilustrar vale lembrar que o Gran Canyon tem uma profundidade média de 1.600 metros.
O Colca Cânion é deslumbrante... Passei alguns minutos completamente extasiada contemplando a paisagem. O vento era tão gelado e forte que eu mal podia ficar ereta, meu corpo se curvava espontaneamente buscando se proteger.
Minha câmera cumpriu o que prometia e consegui eternizar o momento com qualidade!
Realmente é muito difícil respirar naquela altitude e qualquer movimento ou caminhada é penoso.
O vento faz tanto barulho que às vezes causa uma certa perturbação.
Infelizmente o passeio turistão tradicional, nos confere pouco tempo naquele lugar celestial.
Tivemos apenas 1 hora para apreciar o vôo dos condores. Um espetáculo visual indescritível. Sei que é clichê, mas não encontro outra forma para descrever, trata-se de um ballet! Leve, preciso e emocionante.
Depois de mais algumas paradas, se tanta importância, fomos presenteados com neve!
Foi a primeira vez que senti a neve sair sobre mim. Foi divertido, único e estupidamente gelado!
Sentir aqueles floquinhos queimarem levemente minhas bochechas foi um dos melhores momentos, não só do Peru, mas de toda a minha história de viajante... quiçá da minha vida.
Blog Aqui e Acolá
Memórias de viagens
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
domingo, 13 de outubro de 2013
Arequipa - A cidade branca
Arequipa, a cidade branca, é a terceira mais rica do Peru e está a apenas 2300 metros de altitude.
É conhecida como "cidade branca" por seus monumentos e prédios históricos terem sido construídas de uma pedra vulcânica branca, chamada silla.
Basta sair da rodoviária para perceber a diferença das demais por onde passamos.
A cidade é bonita, limpa, mais desenvolvida e moderna. Por este motivo perde um pouco daquela aura peruana ou andina que estávamos habituados a ver.
Como uma boa cidade grande a aceitação de cartão de crédito é maior, mas a sensação de segurança é menor.
Arequipa também é famosa pelos vulcões que a cercam. O vulcão Misti está apenas adormecido... a última erupção foi em 1985 e os moradores o respeitam muito.
Uma boa surpresa foi um bistrô que encontramos por acaso. A atmosfera do ambiente me remeteu a região da Normandia. E o creme brulée... me devolveu ao les 2 moulins!
O preço é honestíssimo! Certamente, pelo menos, 30% mais barato que um semelhante em São Paulo.
E o atendimento também era muito bom!
Fica a dica: La cheminée - Calle Jerusalen, 42.
É conhecida como "cidade branca" por seus monumentos e prédios históricos terem sido construídas de uma pedra vulcânica branca, chamada silla.
Basta sair da rodoviária para perceber a diferença das demais por onde passamos.
A cidade é bonita, limpa, mais desenvolvida e moderna. Por este motivo perde um pouco daquela aura peruana ou andina que estávamos habituados a ver.
Como uma boa cidade grande a aceitação de cartão de crédito é maior, mas a sensação de segurança é menor.
Arequipa também é famosa pelos vulcões que a cercam. O vulcão Misti está apenas adormecido... a última erupção foi em 1985 e os moradores o respeitam muito.
Uma boa surpresa foi um bistrô que encontramos por acaso. A atmosfera do ambiente me remeteu a região da Normandia. E o creme brulée... me devolveu ao les 2 moulins!
O preço é honestíssimo! Certamente, pelo menos, 30% mais barato que um semelhante em São Paulo.
E o atendimento também era muito bom!
Fica a dica: La cheminée - Calle Jerusalen, 42.
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
Islas Ballestras
Ou Galápagos peruana, como eles gostam de dizer. Ou, ainda, Galápagos dos pobres, como ouvi de alguns turistas por lá.
Seja como for, trata-se de uma reserva nacional com mais de 200 espécies de aves, incluindo o pinguim Humboldt que está ameaçado de extinção.
O passeio de lancha parte do pequeno porto de Paracas e as ilhas são alcançadas em aproximadamente 30 minutos.
Passamos pelo El Candelabro, um enorme desenho na areia, cuja história é um mistério assim como as linhas de Nazca.
O passeio é rápido, mas realmente vale a pena! A visão é única! E, pra mim, os lobos marinhos foram um espetáculo belíssimo!
Não deixe de levar uma jaqueta corta vento e óculos de sol.
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
And finally, Machu Picchu
Já tinha ouvido falar a respeito de dificuldades para comprar o ingresso no site oficial, mas, no meu caso, foram tantas dificuldades que foi impossível comprar.
Assim, ao chegar em Cusco, procuramos uma das incontáveis agências em torno da Plaza de Armas e compramos com eles ingressos para Machu e Huayna Picchu, guia para um grupo de 6 pessoas, tickets do trem, 2 noites de hospedagem em Águas Calientes e transporte até Ollantaytambo - cidade de onde partem os trens para a base das montanhas.
Nosso plano era subir o Huayna Picchu em dia e Machu Picchu no dia seguinte. Queríamos apreciar o passeio e não nos desgastar muito com correria e pressa.
A agência se comprometeu a entregar todos os vouchers em 3 das, mas não aconteceu...
Não é preciso lembrar que procurar qualquer agência foi um erro imperdoável, mas naquele momento não conhecíamos o "espírito trapaceiro" que envolve o turismo por lá. Enfim, essa trapalhada nos custou perder Huayna Picchu, pois quando a agência tentou finalmente providenciar tudo os ingressos estavam esgotados. Nos custou, também, um dia perdido em Cusco brigando com a agência para reaver o dinheiro ou conseguir que cumprissem com o contratado.
Foi um tanto quanto estressante, mas conseguimos os vouchers.
ÁGUAS CALIENTES
Conseguimos que a agência cumprisse com o combinado e fomos apanhadas no horário correto pra seguir para a estação de trem em Ollantaytambo. O trem, pontual como britânico, oferece conforto na medida para uma viagem curta e pouco espaço para bagagens. Por sorte, imaginando dificuldades, deixamos nossas malas no hostel em Cusco e levamos somente o necessário nas mochilas.
Boa parte do percurso do trem é margeando um rio que segue bravo como se lutando com as pedras de seu caminho.
Certamente duas noites são necessárias apenas para quem não pretende subir o Huayna Picchu no mesmo dia de Machu Picchu, como era nosso plano inicial, pois em uma tarde é possível conhecer toda a pequena cidade - ou seria um vilarejo?
A feira de artesanato local não tem preços competitivos. Cusco tem mais opções e preços melhores.
Opções para comer não faltam! E com todo tipo de culinária!
MACHU PICCHU
Nosso passeio começou bem cedo...
É preciso tomar um ônibus (incluído no ticket que tínhamos) que leva até a porta do sítio arqueológico.
Depois de tantas curvas pelos Andes, a subida não me impressionou muito. O difícil é quando dois ônibus se encontram e precisam manobrar para que os dois caibam na estradinha a poucos centímetros do abismo.
Na porta do local encontramos nosso guia, que falava inglês e portunhol. Havíamos contratado um guia que conduzisse um grupo pequeno - com no máximo 6 pessoas - e pagamos mais caro por esse detalhe... Só que... A agência nos colocou num grupo com 20!
A visita guiada dura umas 2 ou 3 horas e o resto do tempo é livre.
Gostamos do nosso guia e das explicações, mas não considero indispensável.
Dado as pesquisas prévias, sabíamos que o clima oscila muito no Peru e especialmente lá em cima. Por isso é fundamental se vestir de forma bem precavida e prática: sistema de camadas.
Primeiro coloquei bermuda de cotton e uma regata justa. Depois a calça e uma cacharrel de fleece. Por fim, a jaqueta corta vento, luvas... Sem esquecer de usar boas meias. Eu usei uma apropriada para longas caminhadas.
Na mochila muitas barras de cereal, maça, snacks, Gatorade e água.
É essencial se hidratar muito bem, pois o sol nos Andes é cruel. Mas, também, era preciso consumir os líquidos com cuidado para não precisar descer para ir ao banheiro. Programamos uma única ida ao banheiro. Imagino que o leitor esteja se perguntando "por que não utilizar um matinho ou uma casinha daquelas ruínas?". Simples: Não existe privacidade em Machu Picchu! O lugar parece um formigueiro de turistas, tornando impossível usar um matinho de forma discreta.
Senti muito por não ter conseguido o ingresso para Huayna Picchu... Me preparei por meses para encarar aquela subida e até tinha feito um check-up para garantir!
Machu Picchu requer um momento de meditação e contemplação da beleza, do silêncio, da paz.
Não tive sensações ou experiências místicas, mas pude sentir - pela primeira vez - a paz em uma espécie de totalidade. Como se ali, naquele momento, aquela paz fosse tudo o que existisse.
Aquela inebriante paz que provei me fez olhar para dentro de mim com olhos que nunca tinha olhado e ver coisas que nunca tinha visto.
Para mim seria essa a grande magia, que tantos falam, do lugar: A descoberta.
A descoberta de si, do universo, da paz.
Assim, ao chegar em Cusco, procuramos uma das incontáveis agências em torno da Plaza de Armas e compramos com eles ingressos para Machu e Huayna Picchu, guia para um grupo de 6 pessoas, tickets do trem, 2 noites de hospedagem em Águas Calientes e transporte até Ollantaytambo - cidade de onde partem os trens para a base das montanhas.
Nosso plano era subir o Huayna Picchu em dia e Machu Picchu no dia seguinte. Queríamos apreciar o passeio e não nos desgastar muito com correria e pressa.
A agência se comprometeu a entregar todos os vouchers em 3 das, mas não aconteceu...
Não é preciso lembrar que procurar qualquer agência foi um erro imperdoável, mas naquele momento não conhecíamos o "espírito trapaceiro" que envolve o turismo por lá. Enfim, essa trapalhada nos custou perder Huayna Picchu, pois quando a agência tentou finalmente providenciar tudo os ingressos estavam esgotados. Nos custou, também, um dia perdido em Cusco brigando com a agência para reaver o dinheiro ou conseguir que cumprissem com o contratado.
Foi um tanto quanto estressante, mas conseguimos os vouchers.
ÁGUAS CALIENTES
Conseguimos que a agência cumprisse com o combinado e fomos apanhadas no horário correto pra seguir para a estação de trem em Ollantaytambo. O trem, pontual como britânico, oferece conforto na medida para uma viagem curta e pouco espaço para bagagens. Por sorte, imaginando dificuldades, deixamos nossas malas no hostel em Cusco e levamos somente o necessário nas mochilas.
Boa parte do percurso do trem é margeando um rio que segue bravo como se lutando com as pedras de seu caminho.
A feira de artesanato local não tem preços competitivos. Cusco tem mais opções e preços melhores.
Opções para comer não faltam! E com todo tipo de culinária!
MACHU PICCHU
Nosso passeio começou bem cedo...
É preciso tomar um ônibus (incluído no ticket que tínhamos) que leva até a porta do sítio arqueológico.
Depois de tantas curvas pelos Andes, a subida não me impressionou muito. O difícil é quando dois ônibus se encontram e precisam manobrar para que os dois caibam na estradinha a poucos centímetros do abismo.
Na porta do local encontramos nosso guia, que falava inglês e portunhol. Havíamos contratado um guia que conduzisse um grupo pequeno - com no máximo 6 pessoas - e pagamos mais caro por esse detalhe... Só que... A agência nos colocou num grupo com 20!
A visita guiada dura umas 2 ou 3 horas e o resto do tempo é livre.
Gostamos do nosso guia e das explicações, mas não considero indispensável.
Dado as pesquisas prévias, sabíamos que o clima oscila muito no Peru e especialmente lá em cima. Por isso é fundamental se vestir de forma bem precavida e prática: sistema de camadas.
Primeiro coloquei bermuda de cotton e uma regata justa. Depois a calça e uma cacharrel de fleece. Por fim, a jaqueta corta vento, luvas... Sem esquecer de usar boas meias. Eu usei uma apropriada para longas caminhadas.
Na mochila muitas barras de cereal, maça, snacks, Gatorade e água.
Senti muito por não ter conseguido o ingresso para Huayna Picchu... Me preparei por meses para encarar aquela subida e até tinha feito um check-up para garantir!
Machu Picchu requer um momento de meditação e contemplação da beleza, do silêncio, da paz.
Não tive sensações ou experiências místicas, mas pude sentir - pela primeira vez - a paz em uma espécie de totalidade. Como se ali, naquele momento, aquela paz fosse tudo o que existisse.
Aquela inebriante paz que provei me fez olhar para dentro de mim com olhos que nunca tinha olhado e ver coisas que nunca tinha visto.
Para mim seria essa a grande magia, que tantos falam, do lugar: A descoberta.
A descoberta de si, do universo, da paz.
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
Impressões peruanas
Confesso que ao pensar em Peru, somente Machu Picchu me vinha à mente. Mas, ao iniciar a pesquisa sobre o luga me impressionei com a diversidade de encantos que nosso pequeno vizinho oferece. E, assim, pouco a pouco o roteiro foi crescendo e ganhando forma. Infelizmente, o tempo era curto e alguns lugares tiveram que ser sacrificados.
Logo nos primeiros momentos da viagem notamos que o Peru ainda está muito aquém do Brasil em diversos aspectos, de estrutura a cordialidade.
Nossa impressão do povo não foi das melhores. Não se mostraram hospitaleiros e sequer faziam o menor esforço para atender bem ou serem solícitos.
Pedidos de esmolas são constantes e até insistentes, chegando a incomodar em alguns momentos.
Em todas as situações existe uma forma de tentarem "arrancar" dinheiro dos turistas. Chegando ao absurdo de cobraram pelo papel higiênico no banheiro de um bar / balada em Cusco.
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Não pense que tirar foto com uma lhama é grátis... |
Em algumas situações percebemos tentativas de pequenas trapaças, como troco errado, cobrança de valor diferente da etiqueta do produto ou valor digitado a mais na hora de passar o cartão.
É preciso estar atento o tempo todo!
Mesmo depois de aclimatada as estradas peruanas - nos Andes - me faziam passar muito mal.
Sorte que tinha um remédio sensacional (vonal) para me salvar naquelas curvas!
A viagem ao Peru me proporcionou uma experiência singular e que, realmente, me fez voltar diferente. Nada de místico ou sobrenatural. Mas, de fato, vivenciar aquelas experiências - que pretendo relatar nos próximos posts - realmente mudaram algo em minha essência. No mínimo, posso dizer que voltei mais introspectiva e equilibrada.
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